ACIST-SL apresenta a percepção dos empresários e os pontos de melhoria
Educação, Entretenimento, Mobilidade Urbana e Ambiente de Negócios estão entre os principais pontos de melhoria que São Leopoldo precisa focar na atualidade. A constatação está na pesquisa realizada entre maio e julho deste ano com os associados da ACIST-SL – cujo objetivo foi conhecer a percepção dos associados quanto à Qualidade de Vida em São Leopoldo. As informações fazem parte do 13º Boletim Socioeconômico Trimestral da Associação apresentado nesta quarta-feira, 6, e que contou com a participação do presidente Siegfried Koelln, Marcelo Póvoas, diretor de Construção Civil da entidade e Juliano Maciel, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico (SEDETTEC) e Maiara Fangueiro, gerente executiva da ACIST-SL. Para Siegfried Koelln, a pesquisa vida gerar informações para a tomada de decisões tanto por parte do setor empresarial quanto pelo poder público.
Marcelo Póvoas, coordenador do Boletim, destacou que a pesquisa faz parte do grande esforço que a ACIST-SL vem fazendo para pensar estrategicamente, porque é um termômetro de como as pessoas pensam sobre a cidade, avaliando sobre como a viam há 10 anos, hoje e qual é a perspectiva para os próximos dez anos.
Sobre o Ambiente de Negócios, que leva em consideração o crescimento econômico, burocracias, disponibilidade de imóveis para locação, preço dos aluguéis, dentre outros itens, há 10 anos os empresários consideravam bom. Hoje, porém, consideram apenas razoável ao invés de bom.
A Segurança Pública apresentou percepção inversa. De ruim há dez anos, passa a ser razoável nos dias de hoje, em uma tendência fraca de melhora.
Contudo, a Educação – tanto básica como do Ensino Médio – gera forte preocupação junto aos associados. Há dez anos, era qualificada como muito boa e hoje percebe-se forte tendência de piora.
Na Saúde, que analisa o atendimento de hospitais, postos de saúde e consultórios médicos, há tendência fraca de melhora. Considerada ruim há uma década, agora é considerada como razoável, devido às ações do poder público e da iniciativa privada nos últimos anos.
Na Mobilidade Urbana, que questionou a percepção sobre o acesso ao transporte público, à qualidade das ruas, e o fluxo de tráfego e ciclovias, os empresários responderam que consideravam razoável e agora está ruim. “O crescimento da cidade faz com que fiquemos alertas para buscarmos melhorias nesta área”, aponta Marcelo Póvoas, que fez a apresentação dos dados.
Os Espaço Públicos, por sua vez, considerados ruins há dez anos, agora apresentam tendência fraca de melhora, sendo avaliados como razoáveis pelos associados. Para Póvoas, as bem feitorias realizadas nos últimos tempos nas praças e parques tiveram efeito positivo junto à comunidade. “Mas ainda há um caminho a ser percorrido neste item”.
As manifestações quanto ao Entretenimento, que envolve shows, cinema, bares e restaurantes, chamaram a atenção. São Leopoldo era considerada muito boa neste segmento há dez anos, por ser um polo de eventos e atividades no Vale do Sinos. Agora, mostra forte tendência de piora.
A Qualidade de Vida, para os entrevistados, permaneceu estável, sendo considerada razoável há dez anos e nos dias de hoje.
Chama a atenção que a tendência de melhorias com o passar dos anos não aconteceu em São Leopoldo, que apresentou, nos itens avaliados, tendência fraca ou queda. “A Educação e o Entretenimento andaram para trás e os pontos de atenção moderada estão na Mobilidade Urbana e Ambiente de Negócios, que ficaram estagnados. Nestas áreas podemos nos debruçar para avaliar a efetividade das ações adotadas ou o que pode ser alterado”, ressalta Póvoas.
No exercício sobre a expectativa para os próximos dez anos, a Mobilidade Urbana é o que mais preocupa os associados, pois é item importante para novos investimentos.
Questionados sobre a probabilidade de investir em São Leopoldo ou em outros municípios do Estado ou fora do Estado, as respostas acenderam um sinal de alerta, porque apontaram que é alta a possibilidade de investirem fora da cidade. “Os empresários querem investir, mas São Leopoldo não é destino, o que não é bom. Temos que ver o que podemos fazer para reverter este quadro”, salienta.
Juliano Maciel, secretário municipal de Desenvolvimento, considerou muito importante o acesso a estes dados, pois poderá nortear ações futuras da gestão municipal, lembrando que em 2011 o cenário econômico do país era diferente do atual. Impactada pela pandemia, a economia está em recessão e pode ter influenciado algumas respostas. Ele salientou que irá apresentar para o governo, as percepções quanto à Mobilidade Urbana e à Educação. Nesta última, ele apontou o reforço dos projetos para a qualificação de mão de obra na área de Tecnologia que a prefeitura está realizando em parceria com a Unisinos, Tecnosinos e Senac, para suprir a demanda de vagas no setor. “Com o alto índice de desemprego, não podemos nos dar ao luxo de ter vagas ociosas”.
Quanto à Mobilidade Urbana, também reconhece que é um problema que atinge muitas cidades. “Em São Leopoldo, claramente se percebe que a malha viária se esgotou. Temos que procurar soluções, a partir de exemplos de outras cidades”.
Sobre o Ambiente de Negócios, Maciel explica que acendeu o sinal de alerta na Secretaria quanto ao alto percentual de empresários que pensam em levar seus negócios para outros municípios. Ele reforça que a pasta tem expandido o diálogo com todas as entidades e também com áreas da administração pública para desburocratizar os processos. “Também estamos em contato com outras prefeituras para conhecer como estão fazendo o gerenciamento dos processos para aprimorar os nossos”, revela.
O presidente da ACIST-SL, Siegfried Koelln, avaliou que os indicadores são muito importantes e mostram o quanto é essencial fazer os ajustes necessários para que as empresas invistam na cidade. Um deles é a urgente revisão na Educação, para a qualificação periódica da mão de obra. “Os ciclos estão cada vez mais curtos, com renovação de processos muito acelerada e precisamos acompanhar esta evolução”, salienta, apontando como positiva a iniciativa que envolve sindicatos patronais e laborais a para a capacitação da mão de obra local. “Precisamos deixar as ideologias de lado para enfrentar a realidade visando uma sociedade melhor”.
Para ele, também é preciso flexibilizar ações e agilizar os processos de liberdade econômica para que rapidamente o empresário possa empreender, como a liberação de alvarás e . “No início da gestão do secretário Maciel, falamos que a ACIST-SL é parceira de melhorias e que desejamos muito aplaudir a evolução no seu final”. Ele conclui esperando que, em 2022, não haja mais impactos externos, como a pandemias, para que o setor produtivo passe a viver um novo momento.
A pesquisa completa – que integra a 13ª edição do Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL – pode ser acessada neste link:
E a apresentação do painel pode ser conferida na página do Facebook:
Ou no canal do YouTube
Os dados do Boletim são coletados pela equipe do Núcleo de Excelência – Competitividade e Economia Internacional da Unisinos e conta com o patrocínio da Sicredi Pioneira, Oliva Construções, SKA e Frontec.