A frase acima sintetiza a ampla análise feita pela diretoria da ACIST-SL nesta quarta-feira, 26, durante a apresentação da nona edição do Boletim Socioeconômico Trimestral, cujo bloco temático foi o Desenvolvimento Econômico. O levantamento, que apontou que o nível de atividade econômica caiu 15,2%, a perda de 1.845 postos de trabalho – principalmente dos setores de Comércio e da Indústria – e o fechamento de diversos estabelecimentos comerciais, enquanto o setor de Tecnologia manteve estabilidade nos empregos, alertou os dirigentes empresariais para a necessidade de avaliar profundamente a matriz econômica da cidade. “Precisamos de projetos público-privados para o município promover um melhor ambiente de investimentos e estimular a qualificação local da mão de obra”, ressalta Siegfried Koelln, presidente da entidade, acrescentando que oferecer qualidade de vida para as pessoas fará com que elas permaneçam e consumam na cidade.
O conteúdo do Boletim foi apresentado por Marcelo Póvoas, diretor de Construção Civil, com o apoio de Felipe Feldmann, vice-presidente de Comércio e Susana Kakuta, vice-presidente de Tecnologia e foi coordenada por Maiara Fangueiro, gerente executiva. “Os dados mostram o quanto foi acertada a decisão, há 20 anos, de apostar em um novo modelo de negócio e que gerou o Parque Tecnológico”, destaca Póvoas, ao apontar o destaque que a Tecnologia teve na geração de empregos de 2002 a 2019. “Se não houvesse o Polo, a situação dos empregos seria ainda pior”, ressaltou.
Os dados do Boletim evidenciaram ainda mais os efeitos negativos do fechamento dos estabelecimentos comerciais imposto desde março deste ano. De abril a junho, o setor Comercial perdeu 741 vagas de trabalho, ficando atrás somente da Indústria, que foi impactado pelo fechamento da fábrica Deca, ocorrido no final de 2019. Conforme Felipe Feldmann, o Comércio da cidade vem perdendo espaço desde 2007. “Somos o primeiro setor a ser atingido pelas crises, e com a pandemia foi ainda pior, porque fomos obrigadas a fechar os estabelecimentos”, aponta.
Se, por um lado está aumentando os empregos de maior poder aquisitivo, apontados pelo Índice de Especialização, por outro, este potencial de consumo não fica na cidade. “Não adianta ter empregos e o dinheiro não circular aqui”, sintetiza. A Construção Civil, que encerrou o segundo trimestre com um saldo positivo de 497 postos de trabalho, impediu que o desempenho ficasse ainda pior.
Por isto ,o Boletim é um alerta para o município diz, Póvoas, tanto para empresários como para o poder público, que pode criar ações para melhorar o ambiente empreendedor e também de qualidade de vida. “Os empresários precisam receber apoio quando desejam abrir um negócio, como mais facilidade para obter um alvará ou informações sobre os melhores procedimentos. E as pessoas querem morar em locais com segurança, ruas asfaltadas e um comércio amplo, que atenda às suas necessidades”, acrescenta Siegfried.