Tecnosinos: Ambiente de inovação está aberto à comunidade

Apresentar toda a oferta de pesquisas e possibilidades que o complexo universitário da Unisinos oferece ao setor produtivo de São Leopoldo. Este é o grande objetivo da ACIST-SL ao promover um ciclo de visitas de empresários e demais interessados. Chamada de Imersão Tecnosinos, a iniciativa registrou na terça-feira, 28 de março, sua segunda edição, cujo bloco de interesse foi o setor de Comércio ( a primeira foi para o segmento de Indústria). O presidente da Associação, Felipe Feldmann, destacou que ele mesmo foi com intuito de aprendizado, uma vez que dirige a loja Ferragem Feldmann. “É muito importante essa troca de informações. E a ACIST-SL tem um comprometimento de mostrar esse potencial, contribuindo para que este ambiente seja acessado por todos”, apontou.

O padre Cledinei Clóvis de Melo Cavalheiro, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento, representando a Reitoria da Universidade, destacou que a comunidade e suas necessidades são prioridade na missão jesuíta, assim como oferecer todas as ferramentas possíveis, dentre elas, a tecnologia e a inovação.

O diretor da Unidade de Tecnologia e Inovação, Silvio Bittencourt, convidou todos a utilizarem o ambiente do complexo, desde as salas de reuniões e de encontros, bem como o restante de estrutura composta pelo ambiente de inovação, formada hoje por três espaços. 

O primeiro é o Portal de Inovação, prédio instalado na entrada do Parque Tecnológico São Leopoldo e que, segundo ele, é o “balcão de atendimento” das demandas externas. “A partir deste ponto focal, nossa equipe distribui para os demais setores, que estão em conexão por meio de canais como o website e intranet”, aponta. É a partir do Portal de Inovação que é feita a gestão dos projetos, rastreio de editais e os processos junto aos Institutos de Tecnologia (ITTs).

Criados em 2014, os Institutos Tecnológicos estão alinhados aos sistemas Nacional e Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação e reforçam o foco estratégico da Unisinos de desenvolver soluções tecnológicas e científicas para empresas e indústrias.

Seus pilares são a pesquisa, a capacitação e o desenvolvimento científico. Amparados pelo NITT Unisinos – Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia, os cinco institutos – Chipp, Fuse, Nutrifor, Performance e OceaNeon – são estruturados com equipamentos de alta tecnologia e atuam como parceiros de organizações, contribuindo para a competitividade e sustentabilidade do Estado e do país.

Em seguida, o grupo foi conduzido em um tour aos laboratórios do itt Performance (Instituto Tecnológico em Desempenho e Construção Civil). Vinícius Petry, responsável pelo relacionamento com o mercado, explicou que o Instituto tem aproximadamente 1800 m², que contempla dois prédios de laboratórios e um administrativo. Além da recepção e dos escritórios, o Itt conta com áreas de expedição, sala para controle e análise de resultados e três laboratórios tecnicamente qualificados para atendimento de toda a cadeia produtiva da construção civil. Os empresários conferiram a estrutura oferecida para ensaios de acústica, resistência e reação ao fogo. Ali também são realizadas avaliações de desempenho em sistemas construtivos inovadores e convencionais e apoio tecnológico no desenvolvimento de produtos para a construção civil.

Na sequência, passaram pelo Instituto Tecnológico de Semicondutores (itt Chip). Luciana Reis Ott, gestora de Relacionamento com o Mercado, apontou que o centro destina-se ao suporte para o desenvolvimento de produtos, pesquisa e inovação em encapsulamento e teste de semicondutores, sensores, materiais e produtos eletrônicos. Com experiência no desenvolvimento de chips multicomponentes do tipo System in a Package (SiP) voltados para aplicações IoT,  desenvolve também sensores microfluídicos para a área da saúde, sensores industriais e soluções para eletrônica flexível (wearable electronics) e nanomateriais.

Alimentos – A parada seguinte foi o Itt Nutrifor, que tem a missão de impulsionar a inovação em alimentos, através da sua relação com o setor produtivo empresarial do segmento de alimentos e bebidas. Por meio de análises preditivas são desenvolvidos projetos relacionados às tendências de consumo e alimentos. Valmir Ziegler, coordenador do Instituto, explicou que ali são desenvolvidos e oferecidos diferentes atividades, pesquisas e serviços que se alinham diretamente com o mercado, solucionando demandas empresariais e gerando produtos inovadores por meio da identificação de oportunidades de inovação para a cadeia produtiva de alimentos. “Aqui são prestados serviços especializados de pesquisa, tanto de mercado como de produto, desenvolvimento e inovação para as empresas, bem como análises microbiológicas e físico-químicas de alimentos que asseguram a gestão da qualidade nas empresas e faz com que os produtos finais sejam aptos para consumo humano”, ressalta. 

Para isso, o itt Nutrifor apresenta uma infraestrutura que conta com equipamentos de alta complexidade e uma equipe interdisciplinar, que é capaz de atender uma amplitude de soluções empresariais para diversos segmentos.

Na passagem pelo prédio Unitec I, o grupo conheceu os dados do Parque Tecnológico São Leopoldo e seus projetos para o futuro. Criado em 1998, o Tecnosinos simboliza o esforço contínuo da parceria entre Universidade, iniciativa privada (ACIST-SL e Associação do Polo de Informática) e poder público (Prefeitura Municipal) que, juntos, formam o modelo de governança de tríplice hélice.

O Parque abriga empresas nas áreas de Tecnologia da Informação, Semicondutores, Automação e Engenharias, Comunicação e Convergência Digital, Tecnologias para a Saúde e Energias Renováveis e Tecnologias Socioambientais. Conta com 50 empresas consolidadas e 60 incubadas, gerando cerca de 8 mil empregos. São companhias globais que se unem a dezenas de startups incubadas e graduadas na Unidade de Inovação e Tecnologia – Unitec, incubadora do Tecnosinos, gerando inovação que movimenta a economia. Bitencourt assinalou que os recursos recém obtidos por meio do edital da FINEP, de cerca de R$ 14 milhões, serão aplicados nos próximos cinco anos em uma série de melhorias para um novo ciclo de crescimento.

Startup – Ao final da imersão, os participantes conheceram a Rise Software, uma das startups abrigadas pela Unitec. Luis Pozenato e Daniel Pereira informaram que a Rise atua como uma fábrica de softwares especializada em desenvolvimento de aplicações voltadas para a indústria. “Propiciamos o RISE, aplicação que une Força de Vendas e ERP. Fazendo uso de tecnologias como Inteligência Artificial e Machine Learning para auxiliar o empreendedor na expansão de seu negócio, tomando suas decisões com base em dados concretos em tempo real”, destacou Pereira. Dentre os produtos e serviços ofertados estão o Aplicativo para Vendedores, Força de Vendas, Nota Fiscal Eletrônica, MDFE (Manifesto de Documento Fiscal Eletrônico), PDV(Ponto de Venda), OP (Ordem de Produção), CRM(Customer Relationship Management) e ERP (Enterprise Resource Planing).

Diploma – Naquele dia, a Rise foi reconhecida como startup diplomada. Isto é, cumpriu com todos os processos ao longo dos quatro anos em que recebeu todo o suporte necessário para tornar-se uma empresa. O presidente da ACIST-SL, Felipe Feldmann, foi convidado para entregar o certificado. “Que honra em fazer esta entrega. Espero que sua trajetória tenha muitas conquistas”, assinalou.