Esta foi uma das valiosas dicas que Fernanda Aver Pupe, psicóloga coordenadora da AAPECAN – Associação de Apoio aos Portadores de Câncer e especialista em Psicossomática transmitiu aos funcionários da HIGRA, durante palestra realizada dia 8 de outubro, em alusão à oitava palavra do DNA da empresa: Prevenção.
Convidada para falar sobre o câncer de mama, Fernanda ampliou o tema chamando a atenção do grupo sobre a importância de determinar um mês do ano para fazer todos os exames necessários para a prevenção não somente desta doença. “Eu determinei que todo o mês de março será o momento do meu check up, porque com a correria do dia a dia, nos esquecemos de colocar este tema como parte do nosso calendário”, destaca.
Fernanda alertou também sobre cada pessoa conhecer a genealogia familiar, uma vez que o câncer pode ter origem tanto genética quanto hereditária. “Na minha família, há um amplo histórico de câncer de mama, desde a minha avó, passando pela minha mãe e tias. Então, eu faço parte de um grupo importante de potenciais portadores de câncer. Por isto, faço os exames regularmente”, explicou. A especialista apontou ainda que o câncer de mama também atinge a uma parcela da população masculina, alertando que o exame de toque também deve ser feito pelos homens.
Outubro Rosa – Em artigo publicado no portal da AAPECAN, Fernando Pupe escreveu que se a prevenção é a melhor maneira de combater o câncer de mama, em outubro busca-se sensibilizar a comunidade de que é possível evitar grande parte dos tumores com a mudança no estilo de vida. Todo o câncer, salienta, não apresenta sintomas no seu início, por isto, todas as milheres com mais de 40 anos, cou ou sem sintomas, devem procurar su médico para que o mesmo oriente e encaminhe para os devidos exames preventivos. Ela lembra que somente o exame de toque náo é suficiente para identificar um tumor, sendo preciso também o exame clínico feito por um especialista, junto com a mamografia e até mesmo uma ecografia mamária. “O toque náo identifica alterações mais profundas, que somente a mamografia consegue captar”.
Grupos de risco – Se a prevenção é importante para todas as pessoas, é ainda mais para quem faz parte de grupos específicos, com propensão à doença. Veja alguns:
– Pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama antes dos 50 anos de idade;
– Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária;
– História familiar de câncer de mama masculino;
– Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.
Fatores para ficar de olho:
– Sexo feminino (apesar de homens também terem, o número é de 1 homem para 100 mulheres).
– Idade;
– História familiar positiva;
– História pessoal de câncer de mama;
– Radioterapia prévia em região do tórax, especialmente se antes dos 30 anos;
– História menstrual: mulheres que tiveram sua primeira menstruação antes dos 12 anos e ou entraram menopausa após os 55 anos;
– História reprodutiva: Mulheres que não tiveram filhos ou tiveram o primeiro filho após os 30 anos, e ainda as que não amamentaram;
– Uso de reposição hormonal (principalmente com estrogênio e progesterona associados);
– Obesidade, especialmente na pós-menopausa;
– Ingestão regular (mesmo que moderada) de álcool;
– Presença de mutação genética (incluindo BRCA1, BRCA2 , entre outros).
Muitos desses fatores não são modificáveis. Por exemplo, as mulheres não têm como parar de envelhecer, mudar a história familiar ou interferir na idade da primeira menstruação.
Mas evitar a obesidade através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos e evitar bebidas alcóolicas são recomendações importantes na prevenção primária da doença. Por outro lado, a prevenção secundária, que significa garantir o diagnóstico precoce da doença, aumentando assim as taxas de cura, tem enorme valor no controle do câncer de mama.
AAPECAN – A Associação de Apoio a Pessoas com Câncer é uma ONG criada em 2005 em Caxias do Sul e que hoje tem atendimento em nove cidades do Estado. Frente às fragilidades socioeconômica e emocional que a doença provoca no paciente e em toda a família, a AAPECAN oferece acompanhamento com assistentes sociais e psicólogos, que acolhem, orientam e identificam as necessidades dos que buscam ajuda em uma das unidades. São realizados atendimentos individuais, grupos de apoio, encontros, visitas domiciliares, oficinas e passeios. Também hospeda e oferece quatro refeições por dia a pacientes vindos de outros municípios para tratamento oncológico como quimioterapia e radioterapia nos hospitais de referência. O serviço está disponível em Porto Alegre, Caxias do Sul, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Lajeado e Pelotas. A AAPECAN se mantém com doações e recursos arrecadados junto à comunidade.
Texto e fotos: Elizabeth Renz